Irmãs transformam desafio familiar em inspiração para empreender e ajudar empresas no Piauí
Estado soma mais de 143 mil mulheres donas de negócio; maioria atua no setor de serviços e comércio.
Ver os próprios pais enfrentarem a quebra dos negócios deixou marcas nas irmãs Thalyce, Thalita e Thalyne Barbosa. Na infância, elas acompanharam de perto o fechamento da sorveteria da família, em Teresina, e os impactos emocionais e financeiros que vieram depois. Mas, anos mais tarde, essa história virou um motor para a criação da empresa que hoje comandam juntas.
Desde 2021, as três são sócias de uma consultoria especializada em gestão de pessoas. A missão? Ajudar pequenas e médias empresas a melhorar a liderança, desenvolver equipes e crescer de forma estratégica.
“A empresa nasce com um desejo que virou missão: usar o nosso trabalho para impulsionar o crescimento de pessoas e empresas de forma ousada, estratégica e com foco em resultados reais. Desde o início carregamos um propósito muito claro, desenvolver organizações e profissionais para que atuem com mais performance, profissionalismo e liberdade. Desde 2018 nós ranqueamos empresas entre as melhores para se trabalhar segundo o selo GPTW, em primeiro lugar aqui no Piauí, uma chancela que confirma que sabemos criar ambientes saudáveis”, afirmou Thalyta Barbosa.
Antes de abrir a empresa, cada uma das irmãs já tinha carreira consolidada na área de gestão, em empresas diferentes. A decisão de se unir no negócio veio depois de anos de experiência acumulada.
“Cada uma de nós já atuava na área de gestão, em empresas e projetos diferentes. A decisão de empreender juntas veio depois de anos de experiência acumulada”, explicou Thalyce Barbosa.
A realidade das irmãs Barbosa é semelhante à de milhares de outras mulheres no Piauí. Segundo dados do Ministério do Empreendedorismo, o estado tem mais de 143 mil mulheres à frente de negócios próprios. Quase metade delas (44,4%) é microempreendedora individual (MEI).
De acordo com o Sebrae, a maior parte dessas empresárias atua nos setores de serviços (44,9%) e comércio (32,6%). As áreas de indústria e agropecuária vêm logo depois. As empresárias piauienses atuam atendendo os segmentos como concessionárias, condomínios, construtoras, ópticas e segurança também têm crescido.
Mas o caminho não é fácil. Entre as principais dificuldades enfrentadas estavam a falta de acesso a crédito e o desafio de equilibrar os papéis de mãe, esposa e empresária.
“O início foi o mais desafiador. Abrimos mão de empregos estáveis e tivemos que aprender a nos posicionar no mercado. Precisávamos mostrar valor e conquistar os primeiros clientes”, lembra Thalyne Barbosa.
Como elas venceram as dificuldades
Para superar os obstáculos, as irmãs criaram um método próprio de gestão, com quatro pilares: entrega com excelência, relacionamento próximo com os clientes, presença digital forte e um funil de vendas bem estruturado.
“Nós aplicamos na nossa empresa o mesmo modelo que usamos nos projetos dos nossos clientes. É um método que foi testado na prática e dá resultado”, diz Thalyne.
O Sebrae também oferece apoio para mulheres que querem empreender no estado, com cursos como o “Iniciando um Pequeno e Grande Negócio” e a trilha “Elas Transformam”, que foca na gestão e no fortalecimento de negócios liderados por mulheres.
“Cada vez mais mulheres estão percebendo que têm potencial para empreender. O importante é buscar capacitação e acreditar no próprio projeto”, reforça Marianne de Sousa, analista do Sebrae no Piauí.
Edição de texto - Luís Fernando Amaranes