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Motoristas de ônibus bloqueiam via e queimam pneus em protesto em Teresina

O manifesto começou na Assembleia Legislativa do Piauí pela manhã.


No terceiro dia de greve do transporte público de Teresina, motoristas e cobradores de ônibus, além de carroceiros, realizaram uma manifestação denunciando a falta de soluções para o transporte público e reivindicando atendimento às solicitações da categoria.

Por volta das 10h30, os motoristas e cobradores atearam fogo em pneus na Avenida Maranhão nos dois sentidos da via, em frente ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).

Foto: Foto/ReproduçãoProtesto em frente ao SETUT pelos motoristas de ônibus
Protesto em frente ao SETUT pelos motoristas de ônibus

O trânsito ficou bastante congestionado e os motoristas tiveram que seguir seu trajeto em outras vias. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (STRANS) esteve no local para organizar o trânsito durante a manifestação.

A classe trabalhadora reivindica pelo pagamento dos salários e benefícios que estão atrasados e a assinatura da convenção coletiva.

Mais cedo

No início da manhã de hoje, por volta das 07h30, os manifestantes se concentraram, em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Piauí, na Avenida Marechal Castelo Branco, uma das principais da capital. No ato, os manifestantes utilizaram um caixão como à frase “Teresina sem prefeito”.

Foto: Foto: Luis Amaranes/Correio PiauienseProtesto dos motoristas e carroceiros em frente a Assembleia Legislativa do Piauí
Protesto dos motoristas e carroceiros em frente a Assembleia Legislativa do Piauí

Após a mobilização, os trabalhadores seguiram pela Avenida Frei Serafim com destino à Prefeitura de Teresina. Eles ocuparam a faixa da Avenida Frei Serafim, o que deixou o trânsito bastante congestionado.

Em entrevista ao Correio Piauiense, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transportes (Sintetro-PI), Antônio Cardoso, destacou as principais dificuldades que os trabalhadores vem enfrentando diariamente na capital.

“Nós estamos passando por várias situações. As empresas que operam na cidade têm vários trabalhadores que estão sem carteira assinada, com férias vencidas e trabalhadores que são contratados para trabalhar por meio período e acabam trabalhando o período inteiro. Além de irregularidades com os pagamentos dos funcionários”, disse.

Foto: Luis Fernando Amaranes/ Correio PiauienseMotoristas e cobradores em protesto na cidade
Motoristas e cobradores em protesto na cidade

Suspensão da greve e circulação de 100% da frota

O Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Téssio da Silva Tôrres, determinou em caráter liminar a imediata suspensão da greve dos trabalhadores do transporte público de Teresina a partir de ação cautelar do Setut.

De acordo com a determinação, a frota mínima deve circular nos horários de entre picos com 80% e de 100% nos horários de pico. Em caso de descumprimento da ordem judicial, o sindicato dos motoristas ficará sujeito a multa diária no valor de R$ 50.000,00 e em havendo persistência no descumprimento, a multa também recairá sobre os dirigentes sindicais do Sintetro.

Ainda durante entrevista à nossa reportagem, o presidente do Sintetro-PI, sugeriu ainda que o desembargador Téssio Tôrres, comece a decisão punindo ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). 

"Ontem tivemos a decisão da justiça que determinou a circulação de frota de 80% nos horários de entre pico. Eu quero saber qual o descumprimento, pois quem deve ser multado é o Setut, porque faz tempo que a Strans determina a circulação de 250 carros e nunca  foram colocados esses veículos em Teresina. No atendimento do desembargador, ele tem que começar punindo o próprio SETUT e nós não estamos impedindo nenhum trabalhador de ir trabalhar”, concluiu.

Propostas apresentadas e recusadas

O SETUT esteve reunido, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), juntamente com a Procuradoria Regional do Trabalho, Prefeitura Municipal de Teresina e os dois sindicatos, onde foram amplamente discutidas todas as questões que envolvem a negociação salarial a respeito do transporte urbano. Mas, acabaram não aceitando a proposta e afirmaram, categoricamente, que iriam manter a greve.

“O Setut vem participando de reuniões no Tribunal Regional do Trabalho, juntamente com a prefeitura, e vem mostrando que o sistema ainda é deficitário apenas com os valores arrecadados em catracas. Sendo difícil, sem a prefeitura assumir as suas obrigações de equilíbrio contratual, realizar a negociação salarial. Ainda assim, o Setut ofertou aos seus colaborares 6% nos salários, de 20% no auxílio alimentação e de 33% no auxilio saúde, mas essa proposta não foi aceita”, disse a consultora jurídica do Setut, Naiara Moraes.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Strans, mas não obtivemos retorno até o fechamento desta matéria.

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