Jaguatirica resgatada é entregue à Polícia Ambiental após um ano de cuidados
Felino foi confundido com gato e acolhido por família; agora, passará por avaliação veterinária.
LUIS FERNANDO AMARANESNa manhã desta sexta-feira (12), na zona rural de José de Freitas, um desfecho singular marcou o recolhimento de uma jaguatirica, resgatada e cuidada por uma família ao longo do último ano. O felino, inicialmente confundido com um gato, foi encontrado sozinho pelo proprietário da área durante uma queimada. O animal, agora em boa saúde, foi entregue à Polícia Ambiental e encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres para avaliação e possível retorno ao habitat natural.
A jaguatirica foi descoberta por José Luiz da Silva em sua propriedade, quando ainda era um filhote nos primeiros anos de vida. Acreditando ser um gato, o senhor Silva acolheu o animal em sua casa, proporcionando-lhe cuidados ao longo do tempo. Com o crescimento do felino, a família percebeu a natureza silvestre do mesmo.
Segundo a Soldado Byanca Meneses, do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), o resgate se deu graças à percepção do senhor Silva, que, ao identificar a espécie, prontamente contatou as autoridades ambientais. A jaguatirica, encontrada em ambiente doméstico, convivendo com pessoas, está saudável e foi direcionada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres no Bioparque Zoobotânico, sede do BPA.
"A jaguatirica está em boa saúde, bem tratada e alimentada. Vamos realizar um trabalho de readaptação, considerando o período que passou em ambiente doméstico. A família acreditava tratar-se de um gato, e quando perceberam que era uma jaguatirica, tomaram a decisão correta de entregá-la às autoridades", explicou Meneses.
Veterinários acompanharão o felino durante o período de estudo para determinar a viabilidade de seu retorno à natureza. José Luiz da Silva, o dono da propriedade, mencionou que, ao perceberem a verdadeira natureza do animal, decidiram acionar a polícia ambiental para a entrega adequada.
Apesar da proximidade com o felino, a família optou por não atribuir um nome ao mesmo, evitando criar laços sentimentais. "Pensei em até soltá-lo numa mata, mas assim é melhor, com pessoas que têm mais experiência", destacou Silva.
A entrega voluntária de animais silvestres, independente do motivo, não acarreta ocorrências judiciais ou criminais, ressaltou a Polícia Ambiental. O felino seguirá agora sob os cuidados especializados, aguardando a análise veterinária que determinará seu futuro na natureza.
