Bebês e crianças podem desenvolver catarata, alertam médicos
Oftalmologista explica que a catarata congênita pode surgir desde o nascimento até a infância.
SUZANA MORENOA catarata, considerada a principal causa de cegueira no mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta predominantemente adultos. No entanto, bebês e crianças não estão imunes à doença, que pode manifestar-se desde o nascimento ou desenvolver-se durante a infância na forma congênita.
O médico oftalmologista César Vilar, do Vilar Hospital de Olhos, explica que a catarata é a opacificação do cristalino, a lente natural do olho, geralmente formada gradualmente devido ao envelhecimento. "Embora mais comum em adultos, crianças também podem ser afetadas. A catarata congênita pode estar presente ao nascimento devido a fatores genéticos, infecções intrauterinas ou doenças metabólicas", destaca o especialista. Ele ressalta a importância do diagnóstico precoce para evitar complicações no desenvolvimento visual.
Os sinais iniciais da catarata incluem visão embaçada, dificuldade para enxergar à noite, sensibilidade à luz, necessidade de luz mais forte para ler, percepção de halos ao redor das luzes e visão dupla em um dos olhos. Em bebês e crianças, um sinal característico é a pupila esbranquiçada, conhecida como leucocoria, que pode ser detectada logo ao nascer ou nos primeiros meses de vida.
Para adultos, o tratamento da catarata é cirúrgico, onde o cristalino opaco é substituído por uma lente intraocular artificial. "A cirurgia de catarata é altamente eficaz e segura, proporcionando recuperação rápida e melhora significativa na visão", explica o Dr. César. No caso de crianças, o tratamento varia conforme a gravidade da doença. Em casos menos severos, a intervenção cirúrgica imediata pode não ser necessária, enquanto técnicas específicas são aplicadas em casos mais graves, de acordo com a idade do paciente.
A doença pode ser reincidente?
Após a remoção da catarata, ela não retorna, pois o cristalino opaco é completamente removido. No entanto, pode ocorrer opacificação da cápsula posterior do cristalino, conhecida como "catarata secundária". "Este problema é corrigido com um procedimento a laser chamado capsulotomia posterior, que restaura a visão de forma rápida", esclarece o especialista.
É importante seguir as orientações médicas após a cirurgia, incluindo o uso de colírios e visitas regulares ao oftalmologista para garantir uma recuperação adequada e monitorar a saúde ocular continuamente.
