Fibromialgia pode comprometer a qualidade de vida, afirma reumatologista

A doença é de difícil diagnóstico, e necessita de acompanhamento especializado.

Dores no corpo, falta de sono, problemas intestinais e até mesmo depressão são alguns dos sintomas que podem acometer portadores de Fibromialgia, doença que, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), afeta 3% da população brasileira. Com maior incidência entre mulheres (90% dos casos), a doença é de difícil diagnóstico, e necessita de acompanhamento especializado.

Segundo a Dra. Maria do Socorro Teixeira, médica reumatologista que atende pela Clínica DMI, a Fibromialgia afeta principalmente a musculatura do corpo, causando dores intensas e provocando diversos outros sintomas como consequência.

Foto: Reprodução/ Internet
Fibromialgia.

“A Fibromialgia (FM) se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Ela também pode causar fadiga, sono não reparador e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas”, aponta. 

Também de acordo com a profissional, a Fibromialgia, mesmo que não leve diretamente ao óbito, pode ser muito prejudicial à qualidade de vida daqueles que são diagnosticados com a enfermidade, necessitando de acompanhamento e tratamento logo aos primeiros sinais.

“O perigo da fibromialgia é o não reconhecimento pelas outras pessoas, considerando que não há exames que provem sua existência e que sua etiologia é desconhecida. A doença, se não tratada, compromete muito a qualidade de vida, em virtude da dor, e predispõe a quadros severos de depressão. É uma doença grave que deve ser diagnosticada e tratada precocemente”, destacou.

Diagnóstico e prevalência em mulheres

Da mesma forma que não se tem informações suficientes sobre as causas da doença, também não existem muitas explicações sobre os motivos pelos quais a doença acomete mais as mulheres. Isso não afasta, todavia, a possibilidade de diagnóstico clínico da doença, reforçando a necessidade de acompanhamento e realização de exames complementares.

“De cada dez pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em homens, em crianças e adolescentes”. 

“O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não há necessidade de exames para comprovar que ela está presente. Às vezes são necessários exames para descartar outras patologias ou a associação de fibromialgia, com outras doenças que acometem o sistema músculo-esquelético”, afirmou a médica.

Recomendações aos pacientes

Ainda de acordo com a Dra. Maria do Socorro, a  Fibromialgia não tem cura, mas o entendimento atual da doença, os medicamentos e a combinação de terapias, controlam os sintomas e podem ajudar a restabelecer a qualidade de vida dos pacientes. Ela também aponta que os pacientes devem evitar a automedicação, prática que pode levar a diversos problemas adicionais à sua saúde.

“O tratamento deve ser multidisciplinar, incluindo medicamentos, atividade física, acompanhamento psicológico e massagens. Antiinflamatórios e analgésicos auxiliam no controle da dor, mas é importante evitar a automedicação. O paciente sempre deve conversar com seu médico de confiança para definir qual o melhor medicamento para o seu caso”, demonstrou a profissional.

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