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Piauí registra mais de 590 casos de hanseníase em 2023

O Nordeste apresenta uma queda de 6% em relação ao ano de 2022 e o Piauí a 5ª mais redução.


Ainda cheia de estigmas, a hanseníase é tema da campanha Janeiro Roxo, que busca o combate e a prevenção contra a doença. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 19 mil brasileiros acima dos 15 anos tiveram diagnóstico de hanseníase em 2023, número referente a janeiro a novembro. No Piauí 592 novos casos foram registrados, representando uma queda de 14,5% em relação ao ano anterior.

Conforme o Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase no Brasil, a região Nordeste como um todo apresenta uma queda de 6% em relação ao ano de 2022, com o Piauí apresentando a 5ª maior queda em números proporcionais. Já no comparativo nacional, o estado teve a 8ª maior queda em número de casos. Em todo o país, o aumento comparado a 2022 é de 7,2%.

Foto: Reprodução/ EBCCasos de Hanseníase
Casos de Hanseníase

De acordo com o dermatologista Dr. Lauro Rodolpho Soares, a doença causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae, pode apresentar alguns sinais no seu início, como manchas e perda da sensibilidade ao toque.

“Ela começa com pequenas manchas esbranquiçadas que tem alteração de sensibilidade, a pessoa sente dormência, não sente quando toca quente ou frio ou quando leva alguma picada. Geralmente é uma mancha que vai progredindo e ela evolui para uma placa avermelhada”, explica o profissional.

A transmissão acontece quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença e sem tratamento, expele a bactéria pelas vias aéreas superiores, através do espirro ou tosse, não havendo transmissão por objetos utilizados pelo paciente. O contágio só acontece em casos de contato próximo e prolongado, o que reforça a importância do diagnóstico e tratamento o mais rápido possível.

“A prevenção pode ser feita através de exames dermatológicos e neurológicos, e também com a aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença. É uma doença que tem tratamento, ela é curável, mas tem que ser tratada precocemente”, afirma  Dr. Lauro.

Casos no Brasil

Entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou ao menos 19.219 novos casos de hanseníase. Mesmo que preliminar, o resultado já é 5% superior ao total de notificações registradas no mesmo período de 2022.

Segundo as informações do Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase, do Ministério da Saúde, o estado de Mato Grosso segue liderando o ranking das unidades federativas com maiores taxas de detecção da doença.

Até o fim de novembro, o total de 3.927 novos casos no estado já superava em 76% as 2.229 ocorrências do mesmo período de 2022. Em seguida vem o Maranhão, com 2.028 notificações, resultado quase 8% inferior aos 2.196 registros anteriores.

Dia Mundial

O Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é celebrado sempre no último domingo do mês de janeiro.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen (em homenagem à Gerhard Hansen, o médico e bacteriologista norueguês descobridor da doença, em 1873). O bacilo se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais da doença é de aproximadamente cinco anos, de acordo com informações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Os sintomas iniciais são manchas na pele, resultando em lesões e perda de sensibilidade na área afetada. Também pode acontecer fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. Quando os casos não são tratados no início dos sinais, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira.

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