É possível pegar doenças ao tocar em equipamentos da academia?
Especialista dá dicas sobre como evitar contaminações no ambiente
A academia, que costuma ser fechada e repleta de pessoas, é uma facilitadora para bactérias, vírus e fungos transmissores de diversas doenças. E o cenário úmido e abafado favorece ainda mais a proliferação desses agentes nocivos.
Segundo a enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem da UNINASSAU Teresina, Bruna Queiroz, a Covid-19 trouxe este tema à tona no que se refere aos cuidados de higiene. “Até o período da pandemia, quase ninguém imaginava como a falta de atenção e higienização na academia pode trazer riscos para a saúde. O ato de pegar nos aparelhos e depois levar as mãos à boca é altamente prejudicial. Além disso, é preciso frisar a importância de não praticar atividades físicas em ambientes fechados quando se está doente, com uma gripe, por exemplo”, explica.

Existem medidas de biossegurança que podem ser tomadas para prevenir ao máximo as contaminações. O uso do álcool 70% para higienizar aparelhos e colchonetes é fundamental, mas o produto precisa ter o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para assegurar a qualidade.
Algumas das principais doenças causadas pela má higienização nos equipamentos de academia são:
- Escabiose: conhecida popularmente como sarna humana, é causada pelo ácaro Sarcoptes sscabiei. O contágio acontece por meio do contato direto com a pessoa, roupas ou objetos contaminados. Os sinais são bolhas pelo corpo que podem gerar coceiras;
- Conjuntivite: existem as causas viral, bacteriana e fúngica. Essa doença é a inflamação da conjuntiva, que reveste a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras. A transmissão acontece quando uma pessoa infectada passa a mão nos olhos e depois toca em um objeto;
- Micoses: o aumento da temperatura e a fricção da pele nos aparelhos da academia causam a multiplicação dos fungos. Os sintomas são coceira, vermelhidão e escamação da pele;
- Doenças respiratórias: vírus, como o da gripe, sobrevivem por algumas horas nas superfícies. Quando um praticante de atividade física espirra sobre a mão e pega em um aparelho, a próxima pessoa que tocar no local pode se contaminar.
A especialista chama atenção para a importância das informações sobre biossegurança e dá dicas simples para a prevenção de doenças na academia. “O tratamento para fungos, como micoses, é mais demorado e difícil. A biossegurança é algo extremamente necessário, pois há academias com fluxos enormes de alunos. É preciso que as medidas de higiene dos praticantes sejam tomadas".
"Outro cuidado deve ser com a higienização das garrafinhas. Muitas pessoas passam semanas apenas enchendo com água e não lavam. É necessário realizar a limpeza todos os dias, pois elas podem ser um transmissor de doenças. Evitar compartilhar este objeto com os colegas também é fundamental”, finaliza.