Comportamento exagerado em crianças levanta preocupações sobre psicopatia
A falta de empatia e o comportamento antissocial são sinais desse problema de saúde.
Nestes últimos dias, o comportamento de uma adolescente chocou os moradores da cidade de Picos, no Sul do estado. A garota ateou fogo na casa da própria mãe após ela não aceitar o namoro da jovem. O caso repercutiu nas redes sociais de todo o país e chamou a atenção pela frieza com que a menina praticou o ato.
Outro caso que também chocou as pessoas foi o de uma criança de apenas 11 anos. Ela provocou um incêndio no apartamento dos avós, com eles trancados dentro do imóvel. Os idosos tiveram que pular pela janela do terceiro andar para se salvarem. O caso aconteceu em Belo Horizonte.

Segundo os especialistas, esses comportamentos podem levar a criança a desenvolver a psicopatia infantil, um problema grave de saúde mental que pode ser identificado a partir dos quatro ou cinco anos de idade, através da análise de fatores genéticos e ambientais.
“Comportamentos assim se tratam como transtornos de conduta e de personalidade. Os principais sinais nesse quadro, que podemos chamar de psicopatia diante dos fatos, são: crianças que têm muito hábito de mentir, que não sentem culpa e constrangimento quando fazem algo errado, que têm frieza emocional, crianças que não têm empatia, crianças anti-sociais. Então, temos sinais a observar diante desses comportamentos”, explicou a psicóloga, Brenda Lima.

Sinais de alerta
Com esses comportamentos estranhos, os especialistas explicam que os pais ou responsáveis devem manter a atenção redobrada e ficar atentos aos primeiros sinais.
“Os pais devem estar atentos e estar sensíveis aos comportamentos de seus filhos. Precisamos agir nas fases mais desafiadoras da infância, observar, orientar e direcionar. Além disso, buscar ajuda de profissionais capacitados, como psicólogos e psiquiatras, que vão ajudar esses pais diante de quaisquer sinais”, disse.
Tratamento
Por se tratar de um transtorno de personalidade, as possibilidades de tratamento são limitadas. A psicóloga Brenda Lima destaca que quanto mais cedo os pais ou responsáveis levarem seus filhos ao especialista, menos danos elas vão ter.
“É feita uma avaliação com alguns testes para identificar se se trata de algum transtorno. Diante disso, vamos tratar essas crianças para que elas consigam controlar esses impulsos e se relacionar de forma saudável. É algo tratável, e quanto mais rapidamente os pais procurarem esse tratamento, menores serão os danos que as crianças vão ter”, finalizou a especialista.