Vereadora Tatiana Medeiros segue presa após TRE-PI negar habeas corpus
Ela é apontada como líder de esquema que movimentou mais de R$ 9 milhões, segundo investigação.
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) rejeitou, nesta segunda-feira (14), o pedido de habeas corpus da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), que está presa sob suspeita de compra ilícita de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em processos eleitorais. Com o placar de 5 votos a 2, a prisão da parlamentar foi mantida.
Durante o julgamento, o juiz detalhou movimentações financeiras atribuídas ao padrasto da vereadora, Stênio Ferreira, apontado como um dos operadores do esquema criminoso. O relatório da investigação menciona que, entre julho de 2023 e dezembro de 2024, houve 17.823 lançamentos bancários que totalizaram R$ 9,7 milhões. O relatório também destaca operações de crédito no valor de R$ 915 mil e débito de R$ 810 mil nas contas investigadas.

A Polícia Federal informou que, durante buscas em imóveis ligados à vereadora, foram apreendidos R$ 97 mil em espécie na casa de Tatiana e outros R$ 10 mil escondidos no forro de seu escritório. O juiz afirmou que a investigação aponta que Tatiana Medeiros não apenas se beneficiava do esquema, mas também liderava a estrutura criminosa, composta por pelo menos seis pessoas, incluindo familiares.
A compra de votos seria viabilizada por meio do Instituto Vamos Juntos, uma organização não governamental (ONG) coordenada pela vereadora. A ONG teria recebido R$ 550 mil em dois anos e, segundo a investigação, foi utilizada para cadastrar famílias e monitorar votos.

Também estão sendo investigados a mãe de Tatiana, Maria Odélia, sua irmã, Bianca Medeiros, a diretora da ONG, Emanuele Melo, e o namorado da vereadora, Landilson Passos, que teria repassado R$ 1 milhão à instituição.