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STF proíbe desqualificação de vítimas de violência contra a mulher

O objetivo da decisão é evitar que as mulheres sejam discriminadas após denunciarem agressores.


Nesta quinta-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu diretrizes para o tratamento de vítimas de violência sexual e de gênero em audiências e julgamentos. Por unanimidade, os ministros proibiram a desqualificação da mulher com base em seu histórico sexual ou "modo de vida".

O objetivo da decisão é evitar que as mulheres sejam discriminadas e constrangidas após denunciarem os agressores. A revitimização é um dos fatores que levam à subnotificação dos crimes sexuais e de gênero. "A vítima não pode ser transformada em ré, julgada por seu comportamento", defendeu o ministro Cristiano Zanin.

Foto: Reprodução/ Agência BrasilSupremo Tribunal Federal (STF).
Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos casos de desqualificação que ganhou notoriedade foi o da influenciadora Mariana Ferrer, mencionado pelos ministros durante o julgamento. 

Na audiência que colheu seu depoimento em 2020, Ferrer foi constrangida e atacada pelo advogado de defesa do réu. Ela acusava o empresário André de Camargo Aranha de tê-la estuprado em dezembro de 2018, quando tinha 21 anos. Ele foi absolvido em duas instâncias, e Ferrer recorreu ao STJ e STF.

Com a nova diretriz, todos os tribunais do país serão notificados sobre a decisão. O STF dá mais um passo para assegurar um tratamento digno às mulheres que denunciam agressões. Em agosto de 2023, o tribunal aboliu a tese jurídica da chamada "legítima defesa da honra", que vinha sendo usada no Tribunal do Júri para justificar feminicídios.

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