Ex-ministra da Saúde recebe cidadania piauiense e critica negacionismo na pandemia
Homenagem na Assembleia Legislativa reconhece trajetória da cientista.
A ex-ministra da Saúde Nísia Trindade recebeu, nesta quarta-feira (24), o título de cidadania piauiense em cerimônia na Assembleia Legislativa. A homenagem destacou sua trajetória como cientista, gestora e defensora do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nísia foi a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e esteve à frente da instituição em momentos decisivos, como a pandemia da Covid-19. No discurso, ela afirmou que receber a honraria “significa compartilhar minha história e dedicação com o Piauí” e ressaltou a importância da educação, da ciência e da pesquisa para a transformação social.

Durante o evento, a ex-ministra também fez referência ao período da pandemia, lembrando que o Brasil ultrapassou a marca de 700 mil mortos. Para ela, mais de 400 mil vidas poderiam ter sido preservadas caso houvesse uma condução diferente da crise.
“O Brasil não pode esquecer o que passou na pandemia. A ciência, o SUS e a participação social mostraram que havia condições de dar uma resposta muito melhor. O negacionismo custou vidas e precisamos estar atentos para que isso nunca se repita”, afirmou.
Nísia criticou a postura do governo Bolsonaro durante a crise sanitária, apontando que o negacionismo em relação às vacinas agravou a tragédia. Ela também alertou que a desinformação continua sendo um desafio para a saúde pública. “Infelizmente, ainda vemos discursos de descrédito, colocando em dúvida a eficácia de vacinas. Nos anos 1980 ninguém questionava isso. Hoje precisamos reforçar onde estão as fontes confiáveis e levar essa mensagem à população”, disse.
A cerimônia contou com a presença de parlamentares e autoridades da área da saúde.
Com informações de Suzana Moreno (Flash)