Diabéticos poderão levar insulina e lanche em locais públicos
Lei busca proteger saúde de quem tem diabetes e enfrenta restrições em shows, escolas e eventos.
LUIS FERNANDO AMARANESO diabetes é uma doença silenciosa, mas bastante comum. No Brasil, quase 17 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos convivem com o problema e quase metade delas nem sabe que tem. O país ocupa o 5º lugar no ranking mundial de casos, ficando atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Apesar de atingir tanta gente, o dia a dia de quem tem diabetes ainda enfrenta barreiras. Pessoas com a condição podem ser impedidas de entrar em eventos, escolas, concursos e espaços públicos carregando insulina, glicosímetro, agulhas ou até um suco para prevenir crises.
Para mudar essa realidade, está em análise na Câmara dos Deputados um projeto de lei que garante o direito de acesso com todos os itens necessários para controle da glicemia como seringas, canetas de insulina, sensores e lanches para tratar quadros de hipoglicemia ou hiperglicemia.
“Muitos estudantes e candidatos enfrentam dificuldades para utilizar esses dispositivos durante aulas e provas, o que pode comprometer sua saúde e desempenho acadêmico”, afirmou o autor do projeto, deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO).
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em condições normais, o pâncreas regula os níveis de açúcar no sangue por meio de hormônios. Essa taxa sobe, por exemplo, quando comemos e é aí que o organismo da pessoa com diabetes precisa de apoio para manter tudo sob controle.
Regras para eventos grandes
O projeto também prevê exceções em eventos de grande porte, onde poderá haver restrição de entrada com alguns itens, como agulhas. Nesses casos, os organizadores deverão oferecer apoio médico no local e estrutura adequada para garantir o bem-estar das pessoas com diabetes.
A proposta segue em análise pelas comissões da Câmara dos Deputados. Se aprovada, ainda precisará passar pelo Senado antes de virar lei.
Por que isso importa?
O controle da glicemia é essencial para evitar complicações graves como desmaios, coma diabético ou até mesmo morte súbita. Garantir acesso a itens básicos não é um privilégio, é uma questão de sobrevivência.
