Audiência de instrução de Tatiana Medeiros tem expectativa de cinco dias e mais de 100 testemunhas
As sessões devem seguir até o dia 28, com previsão de ouvir cerca de 12 pessoas por dia.
NARCÍLIO COSTAA vereadora Tatiana Medeiros (PSB) voltou ao Fórum Eleitoral de Teresina na manhã desta segunda-feira (24) para o início da audiência de instrução e julgamento que reúne uma das maiores listas de testemunhas já registradas em um processo eleitoral no estado. As sessões devem seguir até o dia 28, com previsão de ouvir cerca de 12 pessoas por dia, podendo ultrapassar 15 horas diárias de depoimentos.
Tatiana chegou acompanhada do advogado Francisco Medeiros e preferiu não conversar com a imprensa. O defensor, porém, falou rapidamente antes do início dos trabalhos, afirmando confiar no Judiciário e ressaltando que “a verdade prevalecerá”. Segundo ele, a vereadora compareceu mesmo com laudo médico que poderia justificar sua ausência. Medeiros evitou detalhar a estratégia da defesa e disse que as teses serão apresentadas de acordo com o andamento das oitivas.
“Este é o momento adequado. Acreditamos plenamente no Judiciário piauiense. O que precisa ser esclarecido vai surgir na instrução processual”, declarou.
Ao todo, 112 pessoas serão ouvidas — entre elas, 103 testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa, além dos nove réus denunciados pelo Ministério Público a partir da investigação conduzida pela Polícia Federal. A juíza Júnia Maria Feitosa Bezerra Fialho, titular da 1ª Vara Eleitoral, preside a audiência ao lado de dois magistrados designados pelo TRE. Ela explicou que o primeiro dia será dedicado às testemunhas arroladas pela denúncia.
O processo, classificado como de alta complexidade, envolve acusações de organização criminosa, corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro, peculato e falsidade ideológica. O esquema de segurança no fórum foi reforçado devido ao grande número de envolvidos e à gravidade das denúncias.
Operação Escudo Eleitoral
Tatiana Medeiros foi presa em 3 de abril durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada após as eleições de 2024. Desde 3 de maio ela cumpre prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica.
A Polícia Federal afirma ter identificado indícios de que a campanha da vereadora em Teresina teria recebido financiamento de uma facção criminosa com forte atuação no estado.
Com parte das provas anuladas pelo Tribunal de Justiça — entre elas um Relatório de Inteligência Financeira usado na investigação — a defesa tenta reverter as acusações.
