Morre aos 92 anos Alberto da Costa e Silva, filho do poeta Da Costa e Silva
Ele deixou um legado significativo no país.
SUZANA MORENOFilho do poeta piauiense Da Costa e Silva, Alberto da Costa e Silva faleceu aos 92 anos, neste domingo (26). Diplomata, historiador e poeta, ele foi membro da Academia Brasileira de Letras.
Segundo informações da família, a morte do Alberto foi de causas naturais. O corpo será cremado na segunda-feira (27) no Rio de Janeiro, onde residia.
Nascido em São Paulo em 12 de maio de 1931, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1943 após estudar no Ceará. Ao longo de sua carreira, recebeu títulos honoríficos, como Doutor Honoris Causa em Letras pela Universidade Obafemi Awolowo (antiga Universidade de Ifé) na Nigéria em 1986, e em História pela Universidade Federal Fluminense em 2009, além da Universidade Federal da Bahia em 2012.
Em 2000, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número nove. Entre 2002 e 2003, presidiu a entidade. Especialista em história da África, foi embaixador do Brasil na Nigéria e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa de História.
Alberto da Costa e Silva deixou um legado significativo: mais de 40 livros, incluindo obras de poesia. Em 2014, recebeu o prêmio Camões, reconhecimento concedido pelo governo de Portugal e do Brasil a grandes escritores da língua.
A Academia Brasileira de Letras lamentou sua morte em nota divulgada pelo presidente Merval Pereira. “A morte de Alberto da Costa e Silva impacta negativamente a cultura brasileira, perdemos um dos maiores intelectuais de todos os tempos. Para o estudo da África, ele foi um dos maiores, senão o maior africanologista brasileiro. Suas obras deram dimensão histórica e política às nossas relações com a África, destacando a importância que ela sempre teve, mas nunca foi devidamente reconhecida, como ele fez em seus livros”.
