Justiça absolve mulher acusada de envenenar irmãos em Parnaíba; laudo descartou veneno em cajus
Lucélia Maria ficou quase cinco meses presa, mas laudo provou que os cajus não tinham veneno.
A Justiça do Piauí absolveu Lucélia Maria da Conceição Silva, de 53 anos, acusada de envenenar dois irmãos em Parnaíba, no litoral do estado. A mulher chegou a ser presa em agosto de 2024, depois que os meninos Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7, morreram com sintomas de intoxicação. A decisão, publicada nesta segunda-feira (13), confirmou que não havia veneno nos cajus oferecidos por ela, e que Lucélia é inocente.
Na época, os dois irmãos ficaram doentes logo após comerem cajus que, segundo a mãe, teriam sido dados por uma vizinha. Eles foram levados ao hospital e chegaram a ser transferidos para Teresina, mas não resistiram. As primeiras suspeitas recaíram sobre Lucélia, que foi presa e teve a casa incendiada por moradores. Meses depois, um exame oficial descartou a presença de veneno nos frutos, e a Justiça determinou a libertação dela em janeiro deste ano.
Com a absolvição, a defesa informou que vai entrar com um pedido de indenização por danos morais e materiais, já que Lucélia perdeu a casa, pertences e ficou presa injustamente. O advogado Sammai Cavalcante disse que o caso foi um “erro grave” e que a cliente “sofreu muito com acusações baseadas em provas frágeis”. Ele e o Ministério Público abriram mão de recorrer da decisão, o que torna a absolvição definitiva.
O caso dos irmãos voltou a ser investigado depois que outros quatro membros da mesma família morreram envenenados em janeiro deste ano. O padrasto da mãe das crianças, Francisco de Assis Pereira da Costa, foi preso como principal suspeito. A polícia agora acredita que as duas tragédias estão ligadas e investiga se ele também teve participação nas mortes dos meninos.
