Piauí comprova ausência de febre aftosa em rebanhos bovinos, revela pesquisa

Estudo soroepidemiológico confirmou que o vírus não está presente no estado.

O Piauí comprovou a ausência de circulação do vírus da febre aftosa em seus rebanhos bovinos através de um estudo soroepidemiológico realizado pela Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) e a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi).

Em abril, amostras de soro sanguíneo de bovinos piauienses foram enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Mapa (LFDA-PA), que confirmou a inexistência do vírus no estado.

Foto: Reprodução/ Ascom
Campanha de Imunização Contra a Febre Aftosa.

O estudo, exigido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) para reconhecimento como zona livre de febre aftosa sem vacinação, analisou amostras de 587 animais provenientes de 85 propriedades rurais em 65 municípios do Piauí. Todos os resultados foram negativos, indicando que não há transmissão do vírus no estado.

Fábio Abreu, secretário da Sada, explicou que essa conquista é resultado de uma colaboração estreita entre criadores, governo estadual e órgãos de defesa agropecuária. Ele também atribuiu o sucesso às campanhas de vacinação extensivas e à vigilância contínua, que garantiram altos índices de cobertura vacinal no Piauí. Abreu mencionou que, com a confirmação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o próximo objetivo é obter o reconhecimento da OMSA.

Qual a importância de não ter febre aftosa no rebanho?

A disseminação da febre aftosa compromete o sistema produtivo, provoca prejuízos econômicos na produção pecuária e tem um impacto significativo no comércio de produtos agropecuários no exterior. O surgimento da doença provoca uma série de embargos à exportação de animais, de carne fresca e de produtos derivados, pois prejudica o padrão sanitário dos alimentos de origem animal exigido nos acordos de comércio internacional.

A transmissão

O vírus é encontrado em todas as secreções e excreções do animal infectado, sendo transmitido principalmente pelo contato entre animais doentes e sadios. Porém, o vírus também pode ser transportado pela água, ar, alimentos, pássaros e pessoas (mãos, roupas e calçados) que entraram em contato com os animais doentes. A gravidade da enfermidade está justamente relacionada à facilidade com que o vírus pode se espalhar.

Os sintomas

Os principais sintomas são febre, vesículas e úlceras na boca, patas e nas tetas, perda de apetite, salivação e manqueira. Ocorre também redução da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode haver mortes principalmente em animais jovens ou debilitados.

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