Mais de 25% dos brasileiros consideram a punição física uma boa forma de educar
A opinião popular contrasta radicalmente com a análise dos profissionais da psicologia.
O resultado da Pesquisa Nacional Sobre Atitudes e Percepções Sobre Maus-Tratos e Violência Contra Crianças e Adolescentes no Brasil, foi divulgado na terça-feira (31), e indica que 25% dos brasileiros consideram a punição física uma boa forma de educar.
Em contraste com a opinião popular, vários profissionais da psicologia condenam a prática do uso de violência na educação das crianças.
Em entrevista ao Correio Piauiense, a psicóloga Mayrla Sampaio afirmou que o uso da violência na educação vem de uma cultura que persiste desde o período colonial, quando escravos e índios sofriam agressões para desempenhar tarefas e aprender.
“As pessoas acreditam que esse é um método mais eficaz. No entanto, esse método, a longo e curto prazo, pode causar transtornos mentais, além de reprimir as emoções e tornar esse processo aversivo, adoecedor, para essa pessoa. Então é importante refletir, como nós estamos constituindo esse processo de aprendizagem”, comentou Mayrla.
Ainda de acordo com a psicóloga, existem diversos métodos mais orientativos, psicoeducativos e dinâmicos, que se mostram mais assertivos do que a violência. Os métodos são “o diálogo, a orientação, a afetividade, para proporcionar. Em casos excepcionais, também é utilizado o apoio de profissionais, como psicopedagogo, psicólogos, neuropsicólogos, para poder haver um suporte nesse processo de aprendizagem, que é impactado por fatores diversos”.