MP-PI investiga equipe de Gusttavo Lima, após barrar intérprete de Libras
A situação ganhou destaque nas redes sociais, com as demonstrações repúdio à atitude do artista.
O Ministério Público do Piauí (MP-PI) está investigando a equipe do cantor Gusttavo Lima após denúncias de que a presença de intérpretes de Libras teria sido barrada durante sua apresentação em Teresina no último sábado (15).
Antes do show principal, a equipe de intérpretes já havia interpretado a apresentação do cantor Jonas Esticado. No entanto, foram impedidos de retornar para a atração principal do Gusttavo Lima.
A empresa responsável pela organização do evento havia sido solicitada a providenciar intérpretes de Libras para a apresentação, mas não atendeu ao pedido.
Uma das intérpretes que estava presente no evento e foi barrada expressou sua tristeza com a situação através das redes sociais, questionando a resistência à inclusão social e as barreiras que ainda existem no século 21. “Em pleno século XXI, 2023, as pessoas ainda são assim? Ainda tem barreiras, são resistentes às diferenças, à inclusão social… foi negado o direito deles e você saber que isso ainda acontece. Foi a primeira vez que eu experienciei isso. Mas ele (Gusttavo Lima) já fez isso em outros estados, aqui não iria ser diferente”, publicou.
No show, os intérpretes de Libras atuaram no canto do palco durante as apresentações dos cantores Cristian Ribeiro, Jonas Esticado e Matheus Fernandes, respondendo à demanda da comunidade surda presente no evento.
O Conselho Municipal da Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade-TE) e a Associação dos Profissionais Tradutores Intérpretes de Libras (APILSPI) manifestaram indignação com o ocorrido, emitindo notas de repúdio.
“O Conade-TE considera a atitude discriminatória e vexatória, uma vez que contraria a Lei Municipal nº 5.920/2023, que obriga a inclusão de intérpretes de Libras em eventos públicos realizados no município de Teresina. Essa lei tem como base a Lei federal nº 10.436, que reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão para a comunidade surda”.(Trecho da nota).
O episódio pode ser enquadrado como dano moral coletivo na esfera cível, com base na legislação vigente que preza pela inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência. O Ministério Público do Estado do Piauí já está conduzindo os devidos procedimentos legais para apurar o caso.