Patrulha Maria da Penha registra aumento de 76% nos atendimentos a mulheres

O principal perfil das vítimas atendidas são mulheres negras de baixa renda.

Durante o primeiro semestre deste ano, a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar do Piauí (PM-PI), prestou mais de 160 atendimentos a mulheres com medidas protetivas de urgência. Segundo relatório divulgado pela equipe especializada, esse número representa um aumento de 76,34% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 93 atendimentos. 

“Nesse primeiro semestre de 2023, registrou-se um aumento na demanda, tanto nas medidas protetivas de urgência deferidas pelo poder judiciário, quanto em outros atendimentos. A visibilidade dos nossos serviços também aumentou, graças à inclusão das viaturas lilás, das quais agora possuímos seis a mais. Essas viaturas foram entregues pela secretaria de segurança, o que proporcionou uma maior visibilidade e encorajou as mulheres a fazerem suas denúncias, sentindo-se representadas e acolhidas. É importante que elas se sintam confiantes, pois muitas já vêm de situações de vulnerabilidade. Ao todo, foram realizados mais de 160 atendimentos em comparação ao mesmo período do ano passado”, explicou a coordenadora da patrulha, major Elizamar ao Correio Piauiense.  

Foto: Luis Fernando Amaranes/ Correio Piauiense
Equipe da Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar do Piauí (PM-PI).

De acordo com o relatório da Patrulha Maria da Penha, os principais tipos de violência identificados são física, moral, psicológica e sexual. Além disso, o estudo aponta que o perfil predominante das vítimas é composto por mulheres de classes socioeconômicas mais baixas, negras e residentes em áreas periféricas. Essa violência é uma realidade generalizada em todas as regiões de Teresina. 

A Major Elizamar destaca que a expansão da Patrulha para o interior do Piauí teve início na última semana, com a instalação de uma base no município de Piripiri. A expectativa é alcançar os 224 municípios. "Recebemos mais 3 viaturas lilás, permitindo a expansão da Patrulha Maria da Penha. Em julho, inauguramos uma nova base na cidade de Piripiri, fortalecendo a segurança e proteção das mulheres."

Apesar dos esforços para combater a violência contra as mulheres, ainda há um número significativo de casos em que as vítimas optam por não denunciar seus agressores, principalmente devido ao medo. Esse receio pode ser motivado por diversas razões, e diante desta preocupante realidade, a PM-PI tem alertado sobre a importância de denunciar essas agressões.

“A mulher vítima, às vezes, não denuncia por medo ou por algum motivo em que ela não se sente segura. No entanto, é crucial que ela denuncie e registre um Boletim de Ocorrência (BO), além de solicitar uma medida protetiva. Essa medida e o registro do BO podem salvar a vida dela e afastar o agressor desse ciclo de violência. Quanto mais cedo ela tomar essas providências, melhor. Em caso de qualquer sinal de violência, não importa qual seja, ela não deve se sentir ameaçada para procurar uma delegacia ou qualquer canal de denúncia e fazer a denúncia’, finalizou a Major. 

Canais de denúncia

A Secretaria de Estado das Mulheres do Piauí disponibiliza o protocolo "Ei mermã, não se cale!", que oferece atendimento 24 horas. Para acessar o serviço, basta ligar para o número 0800 000 1673, onde uma atendente virtual chamada Maria estará disponível no WhatsApp. Além disso, as mulheres podem contar com o Ligue 180, um serviço telefônico gratuito para orientação e encaminhamento de denúncias sobre violências contra elas, ou, em casos de emergência, podem ligar para o número 190.

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