Motoristas e cobradores decidem por greve e analisam data para iniciar
A categoria está cobrando pagamento de salários em atraso e assinatura da Convenção Coletiva
Após reuniões, motoristas e cobradores de ônibus de Teresina decidiram por deflagrar greve geral do transporte público. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (01), pelo Sindicado dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário de Teresina (Sintetro). Ainda sem data definida, os trabalhadores devem se reunir na próxima sexta-feira (03), com deputados estaduais e vereadores para discutir o que foi acordado na assembleia e ouvir propostas para evitar a paralisação das atividades.
A categoria está cobrando pagamento de salários em atraso e assinatura da Convenção Coletiva que prevê direitos como ticket de alimentação, plano de saúde dentre outros benefícios. O presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, aponta os principais problemas enfrentados e como a crise do transporte têm afetado aos trabalhadores.
“Não gostamos de deflagrar greve e sempre estamos tentando diálogo com os entes representativos do setor. Teresina não tem um transporte de qualidade e a população não aguenta mais sofrer com isso. O poder público não se mostra disposto a negociar mais, então é o jeito que a gente parta para uma greve geral. É para mostrar nossa insatisfação e exigir melhorias”, afirma Cardoso.
Em fevereiro, o governador Rafael Fonteles anunciou que o Governo do Estado do Piauí apresentará ao Poder Legislativo três medidas para contribuir com o funcionamento do transporte público em Teresina. Dentre as medidas estão a redução em 50% no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do óleo diesel para os ônibus que realizam o Transporte Coletivo Municipal; a isenção total do IPVA para novos ônibus que sejam adquiridos para utilização no transporte coletivo municipal; e o pagamento pelo Governo do Estado dos valores correspondentes aos subsídios, garantidos em lei, dados aos estudantes da rede estadual e aos servidores públicos estaduais que têm direito à gratuidade.
Em nota, o Setut informou que acionará o jurídico para ações cabíveis a respeito:
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que será irregular e abusiva, qualquer paralisação que alguns dirigentes sindicais possam vir a realizar nos terminais do sistema.
Alguns desses sindicalistas, por decisão pessoal, estão buscando receber o auxílio saúde e auxílio do ticket alimentação, fora do período correto, uma vez que a Convenção Coletiva de Trabalho para 2023 ainda está em negociação pelos dois sindicatos e, com isso, as empresas não podem conceder benefícios ainda não negociados.
Além do motivo acima, infelizmente o sistema ainda carece do repasse financeiro contratual por parte da prefeitura, para os consórcios operacionais poderem fazer suas obrigações.
O SETUT já está tomando as providências jurídicas necessárias para coibir essa ação de alguns sindicalistas, e reitera que essa ação de paralisação de forma irregular prejudica sobremaneira a sociedade, notadamente os clientes usuários do transporte, que necessitam diariamente se deslocarem.