Morre a jornalista Glória Maria, ícone do jornalismo brasileiro

Glória deixa duas filhas adolescentes e referência em sua trajetória.


A jornalista e apresentadora Glória Maria, referência na comunicação brasileira, morreu aos 73 anos nesta quinta-feira (02), em decorrência de sequelas de câncer de pulmão.  A repórter da TV Globo era mãe de Maria, de 15 anos, e Laura, de 14. As duas foram adotadas em 2009, após uma viagem à Bahia. 

Na Tv Globo, Glória foi pioneira inúmeras vezes em sua carreira. Foi a primeira a entrar ao vivo no Jornal Nacional e inaugurou a era da alta definição da televisão brasileira. Mostrou mais de 100 países em suas reportagens e protagonizou momentos históricos.

Foto: Foto: Globo/Ramón Vasconcelos
Glória Maria durante sua participação no Altas Horas

“Eu sou uma pessoa movida pela curiosidade e pelo susto. Se eu parar pra pensar racionalmente, não faço nada. Tenho que perder a racionalidade pra ir, deixar a curiosidade e o medo me levarem, que aí eu faço qualquer coisa", disse em determinado momento de sua vida.

Em nota, a Rede Globo manifestou seu pesar.

 "É com muita tristeza que anunciamos a morte de nossa colega, a jornalista Glória Maria”, informou a TV Globo, em nota.

“Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente”, prossegue o texto.

“Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio.”

Trajetória de Glória 

Foto: Foto/Acervo Globo
Cobertura jornalistica de Glória Maria

Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou. “Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola”, lembrou, ao Memória Globo.
O processo de adoção durou 11 meses, e levou a carioca a se mudar de estado para estar mais perto das meninas enquanto a documentação era analisada.

Na Globo, tornou-se repórter numa época em que os jornalistas ainda não apareciam no vídeo. A estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. “Quem me ensinou tudo, a segurar o microfone, a falar, foi o Orlando Moreira, o primeiro repórter cinematográfico com quem trabalhei”.

Glória Maria trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio — coube a ela a primeira reportagem do matinal local, há 40 anos, sobre a febre das corridas de rua.

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