Política em pauta

Ex-ministro sugere que Lula desista de reeleição e apoie Rafael para presidente

"Vejo o Rafael Fonteles, do Piauí, com grande simpatia. É um excelente gestor", disse Mangabeira.

O professor, filósofo e ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger, sugeriu, em entrevista à Revista Veja que o presidente Lula não se candidate à reeleição em 2026, mas sim, busque construir um sucessor, que em sua opinião, seria o então governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT).

A entrevista aconteceu na última sexta-feira (21) e o professor de Harvard afirmou que este é o caminho para cessar a “briga moral de uma política de costumes” encabeçada por uma disputa entre Lula e Jair Bolsonaro. Para Mangabeira Unger, o PT é hoje, um partido essencialmente nordestino, aonde Rafael Fonteles tem garantido maior destaque.

Foto: Reprodução/Internet
Lula e Rafael Fonteles.

Lula tem aprovação maior que Leite e Mello nas ações contra tragédia no RS, diz pesquisa. "Eu sugiro que ele apoie um dos governadores do Nordeste. Vejo o Rafael Fonteles, do Piauí, com grande simpatia. É um excelente gestor, comprometido com a ideia de casar a inteligência com a natureza. O PT é um partido hoje essencialmente nordestino, mas absurdamente comandado por São Paulo", disse Unger.

Ainda para Mangabeira Unger este seria o melhor caminho na disputa entre o PT e o representante do bolsonarismo, que bote vir a ser um dos filhos do ex-presidente Bolsonaro, até então inelegível, ou sua esposa, Michele Bolsonaro.

"Nosso problema profundo não é que haja um dissenso. Falta uma alternativa a essa que está no poder. Essa falsa direita e essa falsa esquerda têm o mesmo projeto. Quando eu digo falsa direita, é porque ela não fez no poder o que um partido sério de direita teria de fazer, que é organizar as bases de um capitalismo popular.  E é uma falsa esquerda porque ela só distribui açúcar, ela adora a pílula do modelo econômico pelos programas de transferência, ela não democratiza a economia, não democratiza as oportunidades, não levanta o brasileiro. Então, eles convergem nesse não projeto e fingem criar um antagonismo, desviando o foco para as questões morais, para a política identitária da esquerda e as guerras culturais da direita. Então nós temos duas forças que querem nos meter numa briga moral entre duas políticas de costumes, mas que não têm nenhuma proposta para os problemas do dia a dia dos brasileiros. O que eu proponho, então, para desarmar isso? Primeiro que o presidente Lula não se candidate à reeleição. Em vez de se candidatar à reeleição, construa um sucessor", completou o filósofo.

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