Vereadora de Teresina é presa por suspeita de usar dinheiro de facção em campanha
A parlamentar também é investigada por desvio de verbas públicas.
LUIS FERNANDO AMARANESA vereadora de Teresina Tatiana Medeiros (PSB) foi presa na manhã desta quinta-feira (3) pela Polícia Federal. A prisão faz parte da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, que investiga a atuação de facções criminosas nas eleições municipais de 2024.
De acordo com a investigação, Tatiana é suspeita de ter recebido apoio financeiro de uma facção criminosa para bancar sua campanha para a Câmara Municipal de Teresina. A Polícia Federal também apura se houve desvio de dinheiro público de uma ONG chamada Vamos Juntos, fundada por ela.
A vereadora já era investigada desde dezembro de 2024, quando foi alvo de uma busca e apreensão. Na ocasião, os policiais também encontraram dinheiro em espécie no imóvel dela.
Segundo a Polícia Federal, a campanha de Tatiana pode ter sido financiada com dinheiro vindo de atividades ilegais, com o objetivo de eleger aliados para garantir influência política a uma facção criminosa atuante no estado.
Durante a operação, os agentes apreenderam dinheiro em espécie, documentos e um celular no apartamento da vereadora, localizado na zona Leste da capital.
Além da prisão de Tatiana, a PF cumpriu outros sete mandados judiciais em Teresina e em Timon (MA), incluindo dois mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão, e três de afastamento de função pública, envolvendo investigados que atuam na Câmara Municipal de Teresina, na Assembleia Legislativa do Piauí e na Secretaria de Estado da Saúde.
A Justiça Eleitoral também determinou a suspensão das atividades da ONG Vamos Juntos e proibiu que os investigados afastados voltem aos seus locais de trabalho ou mantenham contato com outros servidores públicos. Além de Tatiana, outra pessoa com mandado de prisão preventiva em aberto também foi presa durante a operação.
Situação na Câmara de Teresina
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), foi afastada das funções por decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI). De acordo com o procurador-geral da Câmara de Teresina, Pedro Rycardo Couto, a parlamentar segue oficialmente afastada por medida cautelar e seu gabinete continua ativo.
O procurador também informou que a ex-servidora Emanuella de Jesus Velho, que era lotada no gabinete de Tatiana, foi exonerada em janeiro de 2025, antes da nova fase da operação.
Sobre uma possível cassação de mandato, o procurador explicou que isso só pode ser discutido após uma condenação com trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recurso judicial. "É preciso respeitar todo o devido processo legal, com contraditório e ampla defesa", afirmou.
A vaga da vereadora pode ser assumida por Leondidas Júnior, primeiro suplente do PSB, que obteve 2.262 votos nas eleições de 2024. No entanto, a convocação para que ele assuma o cargo só poderá ocorrer 60 dias após o afastamento da titular.
"Vamos cumprir de imediato a decisão judicial, e aguardamos os desdobramentos da Justiça e da Polícia Federal. Ainda é prematuro fazer qualquer avaliação sobre cassação ou outras consequências", destacou Pedro Rycardo.
O TRE-PI marcou a audiência de custódia de Tatiana Medeiros para a manhã desta sexta-feira (04), em Teresina.
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