Polícia Federal apura desvio de R$ 1,8 milhão da merenda escolar no Piauí
Operação mira suspeita de fraude em licitação para fornecimento de alimentos a escolas públicas.
LUIS FERNANDO AMARANESA Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (15), a Operação Terceiro Ato, que investiga o desvio de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no município de Miguel Alves, a 120 km de Teresina. A suspeita é de que dinheiro destinado à merenda de crianças da rede pública tenha sido desviado por meio de fraudes em licitações.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), além do bloqueio de bens e valores que somam cerca de R$ 1,8 milhão. Os alvos da operação são empresários e um ex-assessor jurídico da prefeitura, suspeitos de participação em um esquema que favorecia uma empresa em contratos com a Secretaria Municipal de Educação.
A investigação começou após denúncias apontarem irregularidades em um pregão voltado ao fornecimento de alimentos para escolas do município. Segundo a PF, há indícios de superfaturamento, direcionamento da licitação e ligação entre as empresas participantes, o que indicaria uma ação coordenada para fraudar o processo.
Um dos alvos já tinha ligação com outras empresas investigadas em esquemas semelhantes. De acordo com a polícia, uma nova empresa foi criada para continuar vencendo licitações públicas, mesmo com histórico de irregularidades.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos veículos, aparelhos eletrônicos e dinheiro em espécie.
Os investigados poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, associação criminosa e lavagem de dinheiro.A operação tem como foco interromper os desvios, identificar outros envolvidos e recuperar o dinheiro que deveria estar garantindo a alimentação de alunos da rede pública.
