Defesa de Itallo Bruno admite contravenção penal, mas nega vínculo com facções
O pronunciamento da defesa vem logo após a justiça desativa Instagram do influencer.
GUILHERME FREIREA assessoria jurídica do influencer Itallo Bruno, acusado de lavagem de dinheiro e envolvimento com facções criminosas, afirmou que o blogueiro cometeu contravenção penal, por meio de jogos de azar, mas manteve a defesa de que não houve qualquer ligação com o crime organizado.
Em entrevista exclusiva ao Correio Piauiense, o advogado Lucas Villa afirmou que Itallo nunca escondeu promover jogos de azar, mas que a relação com facções criminosas não é real.
“Todo o valor auferido pelo Itallo Bruno, toda sua renda, vinha efetivamente da realização de suas rifas, que se trata de uma de uma contravenção penal, mas que nada tem a ver com facções ou organizações criminosas e não havia nenhuma tentativa de lavagem de dinheiro. É impossível lavar dinheiro por meio de outra infração penal, que é o caso da contravenção de jogo de azar”, comentou.
O advogado também ressaltou que a família de Itallo não tem envolvimento com o caso. “Estamos esperançosos em que a polícia compreenda que a mãe, o pai e a irmã de Itallo Bruno não têm nenhuma relação com a prática de qualquer atividade criminosa”, finalizou.
Redes sociais desativadas
De acordo com o delegado Humberto Macola, na manhã desta terça-feira (16), a justiça do Piauí determinou a desativação do Instagram do influencer. “A decisão foi fundamentada na política da rede social que é contra a divulgação de jogos ilegais. A conta ficará suspensa até o final das investigações”, explicou.
Entenda o caso
A "Operação Jogo Sujo" foi deflagrada pela Polícia Civil do Piauí na última quinta-feira (11), resultando na prisão de 11 pessoas, incluindo o influenciador Itallo Bruno Nunes e Silva. As acusações envolvem crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e jogos de azar, cujas penas podem atingir até 18 anos de prisão.
Durante a operação, foram apreendidos diversos bens, incluindo 8 carros, veículos de luxo como um Porsche e uma moto BMW, além de 13 motocicletas. A ação teve como ponto de partida denúncias anônimas que indicavam atividades suspeitas, levando a polícia a identificar inconsistências nas informações financeiras de Itallo Bruno Nunes e Silva.
O influenciador, que declarava uma renda mensal de R$ 2 mil, revelou nas redes sociais um faturamento de R$ 2 milhões em poucos meses, levantando suspeitas. Entre os bens exibidos estavam veículos e imóveis de luxo avaliados. O delegado Alison Landim destacou que Itallo Bruno utilizava um site em seu nome, onde supostos sorteios eram realizados após a compra de "rifas".
A investigação revelou inconsistências nos sorteios, como falta de transparência na divulgação dos resultados e bens não registrados em nome dos supostos ganhadores.
