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IFPI entra em greve por reajuste salarial; mais de 20 mil alunos foram afetados

Além do reajuste salarial, os professores também pedem a revogação do novo ensino médio.


Na manhã desta segunda-feira (15), o Instituto Federal do Piauí (IFPI) se uniu a outras 16 instituições de ensino federais do país, na greve em reivindicação do reajuste salarial dos docentes. Ao todo, 20 mil estudantes foram afetados pela paralisação do calendário acadêmico.

Em entrevista ao Correio Piauiense, a coordenadora de comunicação do Sindicato dos Docentes, Gilcelene Brito, afirmou que os servidores reivindicam recomposição salarial de 22,71%, com parcelas divididas em três anos. 

Foto: Luís Fernando Amaranes/Correio PiauienseIFPI se une a outras 16 instituições federais, em greve.
IFPI se une a outras 16 instituições federais, em greve.

“Temos pautas que dizem respeito à educação, a principal delas é a recomposição orçamentária. Os institutos e as universidades têm sofrido cortes muito severos, que afetam a infraestrutura, as bolsas de assistência e pesquisa. Outras pautas são a revogação de medidas que prejudicam o serviço e os servidores públicos, além da reestruturação das carreiras. Os técnicos estão precarizados e a carreira docente também é uma carreira, que cada vez mais perde atratividade por causa das baixas remunerações, em relação à qualificação”, explicou.

Brito também informou que o calendário acadêmico será reformulado e as aulas serão repostas, após a greve. “Esse movimento inicia com 16 Campi parados, rumo à totalidade. Temos estudantes, professores e técnicos apoiando o movimento. Aqui em Teresina, teremos café da manhã, panfletagem e reunião com os docentes. Nos campi do interior, nós temos planejadas reuniões. A reitoria ainda não suspendeu o calendário, no momento, mas todas as aulas serão repostas, conforme novo calendário que deverá ser elaborado em cada campus”, disse a coordenadora.

Foto: Luís Fernando Amaranes/Correio PiauienseGreve no campus do centro, em Teresina.
Greve no campus do centro, em Teresina.

O estudante Guilherme Adriane comentou que os alunos buscam pressionar o Governo Federal para as bolsas e, principalmente, para o amparo de estudantes que moram longe dos campi. 

“Bolsas, refeições, tudo isso é caro e tem um custo. Isso é importante para nossa educação. Tem gente que mora muito longe e gasta uma fortuna para vir para cá. É um sacrifício que tem que ser tomado agora”, concluiu.

Foto: Luís Fernando Amaranes/Correio PiauienseEntras as reivindicações, estão o reajuste salarial e o fim do novo ensino médio.
Entras as reivindicações, estão o reajuste salarial e o fim do novo ensino médio.

O professor de história da instituição, Marcos Fernandes Lima, falou à nossa reportagem, que outro ponto alvo da greve é a oposição ao novo ensino médio, que já funciona no IFPI a mais de dois anos.

“A gente está vivenciando na prática o impacto negativo do novo ensino médio, que reduziu a carga horária em pelo menos 50% e isso impactou negativamente nas aulas, na preparação dos alunos frente ao Enem e vestibulares. A gente espera que o Governo coloque em prática aquilo que defendeu durante a campanha eleitoral, que disse que iria defender uma educação pública de qualidade, mas infelizmente não é isso que temos visto na prática”, apontou.

A greve ainda não tem previsão para terminar. Ao todo, 17 outras instituições, contando com universidades, estão participando da greve, em todas as regiões do país.

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