Mais de 69% das mortes no trânsito no Piauí envolvem motociclistas

Estado tem uma das maiores taxas do país; especialistas apontam crise de saúde pública.

Mais de 69% das mortes no trânsito registradas no Piauí envolvem motociclistas. O dado, divulgado no Atlas da Violência 2025, coloca o estado entre os que têm os piores índices do país nesse tipo de acidente, uma situação que especialistas já classificam como crise de saúde pública.

O levantamento mostra que o Piauí está ao lado de outros seis estados com proporção de mortes com motos acima de 50%, a maioria no Nordeste. A alta também acompanha um crescimento nacional: só em 2023, o Brasil registrou 13,5 mil mortes envolvendo motocicletas, um aumento de 12,5% em relação ao ano anterior.

Foto: Narcílio Costa/ Correio Piauiense
Ponte do Tancredo Neves, em Teresina.

Um alerta que não pode ser ignorado

As estatísticas apontam um problema grave: quase 7 em cada 10 mortes no trânsito no estado envolvem motos. Os dados reforçam o que já se vê nas ruas das cidades piauienses — motocicletas dominam o tráfego urbano, muitas vezes sem os equipamentos de segurança necessários.

Segundo os pesquisadores, o cenário reflete falta de fiscalização, excesso de velocidade, uso de álcool e imprudência, somados à facilidade de acesso às motocicletas e à ausência de campanhas constantes de prevenção.

Tendência nacional preocupante

No Brasil, o uso de motos cresceu muito nos últimos anos, especialmente para trabalho e entregas. Só que isso veio acompanhado de um aumento na violência no trânsito. Em 30 anos, as mortes com motocicletas no país aumentaram mais de 10 vezes. A taxa atual é de 6,3 mortes por 100 mil habitantes.

O Atlas da Violência é produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base nos sistemas oficiais de saúde e mortalidade do Brasil.

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