Greve de ônibus chega ao 2º dia em Teresina; usuários recorrem a vans e aplicativos

A Justiça determinou 80% dos ônibus nos horários de pico.

A greve dos motoristas e cobradores do transporte público de Teresina chegou ao segundo dia nesta terça-feira (13), com a cidade enfrentando mais de 24 horas sem operação regular de ônibus. Sem transporte coletivo suficiente, passageiros têm buscado alternativas para se deslocar, como caronas, “ligeirinhos” e aplicativos de carro e moto.

Apenas 42 veículos alternativos cadastrados pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) estão circulando.

Foto: Narcílio Costa/ Correio Piauiense
Ônibus de Teresina.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), a categoria está com os salários congelados há três anos. Os motoristas recebem R$ 2.267,00 por jornada de 7h20 e os cobradores, um salário mínimo (R$ 1.518,00). A greve exige:

  • Reajuste salarial de 15% para todos os trabalhadores
  • Ticket alimentação de R$ 900,00
  • Auxílio-saúde de R$ 150,00

O presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, afirmou ao Correio Piauiense que, a paralisação continua porque não houve propostas concretas. “A greve continua. Não houve nenhuma manifestação por parte das empresas, nem dos consórcios e nem do Setut. O que eles estão querendo mesmo é que vá pro dissídio”, explicou.

Ele também reforçou que a adesão ao movimento é espontânea. “Nenhum dos trabalhadores foi impedido de rodar. O trabalhador é livre e o movimento de greve é legal”, finalizou.

Decisão judicial e impasse com empresários

A Justiça do Trabalho determinou na segunda-feira (12) que 80% da frota opere nos horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h) e 40% nos demais horários, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento.

A advogada do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (Setut), Nayara Moraes, disse que a liminar não está sendo respeitada: “Na manhã de segunda-feira, apenas entre 20 e 25 veículos estiveram em circulação, ou seja, descumprindo totalmente os quantitativos fixados. A desembargadora determinou que a Justiça faça um relatório de inspeção”, disse.

O Sintetro rebateu as acusações e afirmou que o movimento é legal, voluntário e pacífico. “O trabalhador é consciente do seu direito, da sua luta. E a gente conta com ele nesse momento”, disse Antônio Cardoso.

Não há previsão para o fim da paralisação.

Com informações de Mateus Rocha*

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