HUT diz que músico chegou ao hospital com perfuração de arma de fogo na cabeça

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) informou na manhã desta segunda-feira (3) que o músico Carlos Henrique de Araújo Rocha, de 24 anos, deu entrada na instituição na madrugada de 30 de maio, por volta das 3h, com uma perfuração de arma de fogo na cabeça.

Segundo a nota divulgada pelo HUT, ele foi levado ao hospital pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado em estado grave para a sala de Trauma, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu momentos depois.

Exames de imagem, incluindo uma tomografia do crânio, foram solicitados para determinar a melhor abordagem médica. Contudo, Carlos Henrique não sobreviveu.

Posteriormente, o Instituto de Medicina Legal (IML) declarou que o músico morreu em decorrência de um acidente de trânsito durante uma perseguição policial na zona Leste de Teresina, afirmando que não foram encontrados projéteis no corpo da vítima. A Polícia Técnica Científica indicou que a causa provável da morte foi traumatismo craniano.

Secretaria de Segurança nega evidências de disparo de arma de fogo 

A Secretaria de Segurança Pública do Piauí emitiu uma nota na tarde de hoje negando qualquer evidência de disparo de arma de fogo na morte do jovem envolvido em um incidente recente. Segundo a nota, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) ratifica como causa do óbito o politraumatismo e lesões por ação contundente, resultantes da colisão do veículo em que a vítima se encontrava.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Piauí já prestou todos os esclarecimentos à família da vítima, que teve acesso às imagens das câmeras de segurança do local do acidente. Essas imagens, embora não divulgadas publicamente, serão anexadas ao inquérito policial, que tem previsão de finalização em até 30 dias pelo DHPP.

Os familiares de Carlos Henrique contestaram o laudo do IML e alegaram que ele foi morto por disparos de arma de fogo efetuados por policiais militares. Eles prestaram depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã de hoje, afirmando possuir provas de que o jovem foi atingido por tiros.

Entenda o caso

Carlos Henrique de Araújo Rocha morreu na madrugada de 30 de maio durante uma perseguição entre policiais militares e criminosos. O incidente ocorreu por volta das 5h no cruzamento das avenidas Presidente Kennedy e Dom Severino, na zona Leste de Teresina.

Carlos Henrique, que era passageiro de um carro de aplicativo, estava retornando para casa após uma apresentação musical quando o veículo foi violentamente atingido por outro carro, dirigido por criminosos que fugiam de uma viatura do 9º Batalhão da Polícia Militar do Piauí (BPM).

Confira a nota completa na íntegra:

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) vem a público esclarecer os fatos relacionados ao atendimento prestado ao paciente Carlos Henrique de Araújo Rocha, músico que deu entrada no hospital na madrugada de 30 de maio e que veio a óbito poucas horas depois.

Carlos Henrique deu entrada no HUT por volta das 03h da manhã, via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao chegar, ele foi prontamente recebido na sala de Trauma devido à gravidade de sua condição. Segundo a equipe do Samu que prestou o socorro inicial, o paciente havia sofrido uma perfuração de arma de fogo na região da cabeça.

Com base nessas informações, a equipe médica do HUT iniciou imediatamente o atendimento e os procedimentos necessários para a estabilização do paciente. Dada a gravidade do caso, foram solicitados exames de imagem, incluindo uma tomografia do crânio, com o intuito de determinar a melhor conduta médica para o seu tratamento.

Para a realização dos exames com segurança, é necessário que o paciente esteja em condição estável. Apesar dos esforços incansáveis da equipe médica, o paciente Carlos Henrique de Araújo Rocha veio a óbito antes de ser estabilizado.

O Hospital de Urgência de Teresina expressa suas mais profundas condolências à família e amigos do músico Carlos Henrique de Araújo Rocha neste momento de dor e reafirma o compromisso de prestar o melhor atendimento possível a todos os seus pacientes, sempre com o objetivo de salvar vidas e minimizar o sofrimento.

Com informações de Suzana Moreno.*