Dr. Antônio Cláudio da Silva

A gestão de débitos. Uma nova exigência do nosso tempo

Confira a coluna do Dr. Antônio Cláudio da Silva desta terça-feira (25).

Muito se tem discutido em redes sociais sobre a aplicação da educação financeira no cotidiano das famílias, empresas e escolas. Essa iniciativa é extremamente importante. No passado, muitos usavam uma caderneta de papel para registrar seus ganhos e despesas. Como não havia tanto crédito disponível, as compras a crédito dependiam do relacionamento e da análise de risco. Quem tinha o crédito concedido e não honrava os pagamentos era classificado como “caloteiro”. Assim, para aqueles preocupados em evitar esse rótulo, sempre que não pudessem honrar um compromisso de crédito, antecipavam-se e buscavam a negociação.

Até os anos 80, as únicas fontes de crédito eram os carnês das lojas, o cheque especial (certa vez, um agricultor entrou na agência do Banco do Brasil furioso, querendo saber por que seu vizinho tinha um “cheque de ouro” e ele, que possuía mais terra, não tinha) e os créditos bancários por nota promissória. O acompanhamento desses instrumentos de crédito também era feito na caderneta de papel.

Foto: Agência Brasil
Cartão de débito. 

A partir daí, outros instrumentos de crédito foram criados, a análise do perfil do devedor foi automatizada e as instituições começaram a identificar-se com o volume dos créditos concedidos. O carnê, que era emitido pela loja, passou a ser conduzido por uma financeira, até chegarmos ao crédito consignado e à análise de risco de crédito por inteligência artificial dos bancos digitais.

Com o marketplace, os bancos, especialmente os digitais, transformaram-se em uma feira de produtos e serviços oferecidos de acordo com o perfil de cada correntista. Muitos consomem produtos e serviços sem necessidade.

São tantos produtos e serviços de investimento, crédito, seguro, capitalização, cashback, etc., que não é mais possível gerenciar a vida financeira sem o apoio de um profissional que conheça a área financeira como um todo e saiba lidar com as emoções das pessoas. A educação financeira é importantíssima, mas antes é necessário disciplinar as pessoas. O profissional que faz essa preparação é o Gestor de Débitos Pessoais.

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